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Reprodução assistida: o que saber antes de se submeter ao tratamento?

A infertilidade – considerada como ausência de gestação após 1 ano de atividade sexual regular e não protegida – pode atingir 8 milhões de brasileiros, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. O suporte das técnicas de reprodução assistida pode ajudar a solucionar o problema.

Todavia, o médico creditado pela SBRA, Marcelo Giacobbe, reforça que, ao ser diagnosticado com infertilidade, é necessário que o paciente receba as orientações corretas sobre o tratamento recomendado e suas peculiaridades, como o controle das taxas de gestação múltipla, a prematuridade, os custos, entre outras situações.

Para saber que técnicas são as mais indicadas e como essa avaliação deve ser conduzida, Giacobbe elencou os principais pontos. Veja abaixo:

Tratamentos de RA são indicados para pessoas diagnosticadas com infertilidade

É comum vermos pessoas que não cumprem os critérios de diagnóstico de infertilidade e que são precocemente submetidas a esses tratamentos, que, quando feitos de forma inadvertida, podem provocar complicações como o hiperestímulo ovariano ou gestação múltipla sem necessariamente melhorar as chances de gestação. A orientação  sobre melhorar hábitos de vida, tratamento de distúrbios hormonais associados à subfertilidade e conhecer mais sobre sua fertilidade espontânea também tem efeito de gravidez e deve fazer parte do aconselhamento do casal em Reprodução Humana.

A investigação deve ser feita nos pacientes que apresentarem o diagnóstico de infertilidade

Algumas situações podem justificar a antecipação do início dessa investigação, como idade da mulher acima de 35 anos de idade, idade do homem acima de 55 anos, distúrbios menstruais evidentes mesmo em mulheres jovens ou algum outro antecedente de saúde do casal que possa estar relacionado a situações associadas a infertilidade. Nesses casos sugere-se aguardar cerca de 6 meses pela gestação espontânea antes do início da investigação.

Toda modalidade de tratamento de RA tem a indicação e a população na qual ele é mais eficiente.

Os tratamentos de Reprodução Assistida de baixa complexidade são indicados normalmente para casais jovens que apresentam diagnósticos menos graves de infertilidade – respeitando os requisitos mínimos para a realização de cada tratamento. Os tratamentos de RA de alta complexidade são mais indicados àqueles com idade avançada, diagnósticos mais graves das condições de infertilidade e  para as pessoas onde os tratamentos de baixa complexidade não tiveram êxito ou não cumprem os requisitos mínimos para sua realização.

Os resultados dos tratamentos variam de acordo com vários fatores

Entre eles: idade dos pacientes, causa de infertilidade, experiência clínica dos profissionais envolvidos, características da população tratada por cada centro de Reprodução, número de embriões transferidos, entre outros fatores. As taxas de gravidez tendem a diminuir com o avanço da idade da mulher, assim como a taxa de bebês nascidos. Mais importante do que resultado de gravidez é a preocupação com a ocorrência de gestação única, uma vez que o objetivo real dos tratamentos de RA é o nascimento de bebês saudáveis. Por isso, a prevenção da gestação múltipla e prematuridade são fundamentais.

O processo de tratamento pode ser revisto, caso necessário

Muitas pessoas ficam muito frustradas e podem interpretar que o seu caso não tem solução na falha de uma FIV. Diante dessa situação é fundamental rever o processo de tratamento. O primeiro ciclo de tratamento é planejado segundo fatores prognósticos previamente estabelecidos. Porém, nem sempre o desempenho do tratamento ocorre conforme o esperado. Assim, algumas vezes,  pode haver mudança de estratégias personalizadas para que o próximo ciclo de tratamento seja melhor sucedido. Entretanto, esclarecer o paciente sobre seu diagnóstico e as dificuldades envolvidas no seu tratamento é um processo contínuo.

Além da execução técnica perfeita, o esforço e a perseverança da equipe médica e também do casal são importantes no resultado final com gravidez. O estabelecimento de uma relação médico paciente saudável e com confiança é fundamental inclusive no  apoio psicológico ao casal no momento da falha do tratamento.

Por Deborah de Salles – Conversa Coletivo de Comunicação Criativa

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