VOCÊ ESTÁ AQUI

Infertilidade masculina representa quase metade dos casos de dificuldade de gravidez, diz OMS  

De acordo com um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 15% dos casais que têm o desejo de gerar um filho não conseguem. Mas, ao contrário do que há no imaginário social, as causas da infertilidade não estão restritas ao aparelho reprodutor feminino: os indivíduos com aparelho reprodutor masculino são os responsáveis por 40% dos casos.

Entre as razões mais comuns para essa infertilidade, segundo o Dr. Moacir Rafael Martins Radaelli, urologista e vice-presidente da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), estão as alterações genéticas, comportamentais e ambientais, as doenças testiculares e do cordão espermático, problemas  hormonais, as malformações do sistema reprodutor masculino, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e até mesmo doenças de outros órgãos e sistemas que podem afetar a capacidade reprodutiva do indivíduo.

“O diagnóstico de  infertilidade masculina segue os mesmos parâmetros de tempo da feminina: após um ano de dificuldades para que a gravidez aconteça, é necessário começar a investigação dos fatores que a dificultam. Há muitas variações de alterações espermáticas e cada uma delas deve ser analisada  conforme protocolos rigorosos que nós, andrologistas, seguimos”, explica  o médico.

Na visão dele, a prevenção pode ser efetiva. Porém, isso depende das particularidades de cada pessoa. “Existem doenças que o paciente não tem como prevenir, como as que ele não causou ou não contribuiu para o surgimento. Mas existem, sim, doenças cujas causas são decorrentes do comportamento do indivíduo. Nesses casos, a prevenção é evitar alguns hábitos e estabelecer mudanças de vida que podem alterar o futuro do potencial fértil”, pontua.

O especialista  reconhece que o assunto da infertilidade ainda é um grande tabu no âmbito masculino. “Há na cabeça dos homens uma grande confusão entre masculinidade, infertilidade, potencial sexual, instabilidade matrimonial, insegurança pessoal, além de outros sentimentos”, analisa Rafael.

Essa confusão, de acordo com o médico, dificulta muito o tratamento e, por vezes, atrasa bastante o início de tratamentos que são efetivos. “Cuidar da fertilidade masculina é cuidar da saúde do homem. O principal causador desse tabu é a desinformação, insegurança masculina e crenças”, frisa.

Mesmo assim, o vice-presidente da SBRA acredita que esse cenário está se transformando aos poucos. “A procura tem aumentado muito nas últimas duas décadas pois, hoje, os homens estão envolvidos em quase metade das causas de dificuldade de engravidar. E grande parte das causas da infertilidade são  tratáveis, como a varicocele, os distúrbios hormonais, sexuais e comportamentais. Não há mais razão para existir tabu”, acrescenta.

 

 

Notícias Recentes

Newsletter

Siga a SBRA

Conteúdo em breve