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Gravidez e tabagismo: os riscos no tratamento de reprodução assistida

O fumo reduz a taxa de fertilidade de 75% para 57% e tem consequências desagradáveis para as mulheres que tentam engravidar 

Tabagismo é uma doença crônica causada pela dependência de nicotina, substância presente no cigarro e outros tipos de tabaco. Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano, no mundo. Além de trazer uma série de doenças crônicas, como cardíacas, vasculares, pulmonares e alguns tipos de câncer, o tabagismo também tem influência na fertilidade masculina e feminina. 

Apesar da prevalência de fumantes do sexo masculino, as taxas de fumantes do sexo feminino estão em ascensão em vários países, segundo a OMS. As consequências, principalmente para aquelas que sonham em ser mães, são bem desagradáveis.    

Conforme o Instituto Nacional de Câncer – INCA, do Ministério da Saúde, mulheres fumantes concentram nicotina no fluído folicular do ovário, o que reduz a taxa de fertilidade de 75% para 57%. Essas mulheres têm 30% mais chances de serem inférteis, segundo o INCA.

O uso do cigarro acelera o consumo dos folículos, antecipando a idade da menopausa de 1 a 4 anos, conforme explica a doutora e membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida – SBRA, Paula Andrea Navarro. “Os folículos são as estruturas que contêm os óvulos e, por diversos mecanismos, o fumo pode comprometer a qualidade dos óvulos, como também a receptividade uterina, comprometendo tanto a chance de uma gestação natural como a chance de um tratamento de reprodução assistida”, explica.

Consequência nos tratamentos de RA – O tabagismo aumenta o risco de diversas intercorrências para as mulheres que tentam um tratamento de reprodução assistida. “Existem estudos que indicam o dobro dos ciclos de fertilização in vitro para mulheres que fumam”, comenta Paula Andrea Navarro. 

As disparidades também comprometem a gravidez, segundo a doutora Paula Andrea Navarro. “O tabagismo aumenta o risco de aborto, seja numa gestação natural, seja numa gestação fruto de um tratamento de RA. Além disso, há riscos de  crescimento intrauterino, ou seja, gravidez fora do útero, ruptura prematura das membranas, descolamento prematuro da placenta, hemorragia no pré-parto e restrição do crescimento do feto, por exemplo”,diz a médica.

Ainda para a doutora, o casal que tenta tratamento de reprodução assistida precisa ter em mente todas as consequências do tabaco. “É muito importante que o casal saiba as intercorrências do cigarro no tratamento. É aconselhável que interrompam o hábito antes mesmo de tentar a concepção, principalmente ao escolher um tratamento de reprodução assistida”, conclui

Por Luara Nunes, Conversa – Estratégias de Comunicação Integrada

 

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