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Congelamento de óvulos é mais eficaz em mulheres de até 35 anos

Mulheres abaixo dos 35 anos e com boa reserva de óvulos têm maiores chances de serem mães quando comparadas às de 40 anos em diante. Isso porque até os 35 anos as que congelam óvulos maduros para preservação necessitam, em média, de 15 deles para obter em torno de 30% de chances de sucesso no tratamento. Nas acima dos 40, essa média sobe para cerca de 40 a 50 óvulos e as chances de concepção se reduzem, sendo que 12% delas conseguem ter seus bebês.

À medida em que os anos passam, a reserva ovariana tende a se tornar menos propensa à fertilização porque a qualidade e a quantidade de óvulos produzidos diminui, provocando, em muitos casos, a necessidade de acompanhamento especializado para evitar ou contornar a dificuldade de conceber. Por isso, as mulheres que desejam engravidar precisam pensar no planejamento da sua gestação dando preferência às tentativas naturais.

“A reprodução assistida é uma possibilidade, mas não deve ser a primeira. O ideal é que a mulher que quer conceber avalie a sua fertilidade ao longo da vida e se prepare para o momento da gravidez”, explica Hitomi Nakagawa, especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA).

De acordo com ela, o avanço da tecnologia possibilitou o desenvolvimento de métodos e tratamentos de reprodução assistida que contribuem para o sucesso da fertilização. Todavia, essas técnicas não devem preceder a opção pela gestação natural. “Elas devem ser uma alternativa aos casos em que a gravidez não tenha sido possível. O congelamento de óvulos, a inseminação intrauterina (IIU), a fertilização in vitro (FIV) e a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) são alguns exemplos”, detalha a médica.

PARA QUEM – O congelamento de óvulos é indicado para mulheres que desejam prorrogar a maternidade ou que necessitam de tratamentos em decorrência de problemas de saúde, como procedimentos cirúrgicos, radioterapia ou quimioterapia. O método preserva os óvulos que se degenerariam caso não fossem conservados sob congelamento por meio das técnicas de reprodução assistida.

Segundo Hitomi Nakagawa, “no momento adequado, após estimular os ovários com hormônios, esses folículos (pequenas bolsas que contêm os óvulos) podem ser puncionados sob sedação e monitoramento ultrassonográfico para resgatar o máximo de óvulos a serem acondicionados, identificados e mantidos congelados para utilização quando a mulher desejar. A Resolução 2121/2015 do Conselho Federal de Medicina determina que até os 50 anos a mulher pode passar por procedimento de reprodução assistida”, informa.

SAÚDE E RESERVA OVARIANA – Uma boa qualidade de vida associada à alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, abstenção do tabagismo e do abuso de álcool são estratégias que podem contribuir para o bom funcionamento do sistema reprodutor.

“Esses hábitos saudáveis podem ajudar a diminuir a queda precoce da reserva ovariana. Contudo, o componente genético também pode interferir na saúde reprodutiva, além do próprio envelhecimento do corpo. Como a redução da quantidade de folículos e a deterioração progressiva da qualidade dos óvulos são inevitáveis, não é possível falar em melhora da reserva ovariana com criação de óvulos. Mas há técnicas que podem minimizar essa perda de quantidade e qualidade”, finaliza Hitomi Nakagawa.

 

Por Suzana Tenório
Conversa Coletivo de Comunicação Criativa

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