A fertilidade da mulher pode ser prejudicada durante o tratamento oncológico, sendo irreversível em alguns casos. Para debater sobre o assunto, o 22º Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida promoveu, nesta sexta-feira (3), segundo dia de congresso, uma mesa redonda com especialistas da área, a fim de atualizar os congressistas sobre os últimos estudos e a conduta apropriada para com essas pacientes.
De acordo com o especialista em reprodução humana, Dr. George Caldas, 15% das mulheres diagnosticadas com câncer de mama, no Brasil, estão em idade reprodutiva e desconhecem a possibilidade de se tornarem inférteis após o tratamento oncológico.
“A interação entre oncologista e o profissional em reprodução humana se faz essencial para garantir o futuro dessas mulheres. Ao descobrir a doença é primordial que o oncologista exponha os riscos que a paciente corre em relação à sua fertilidade e os meios disponíveis que possam preserva-la, sem que prejudique o tratamento”.
O professor e ginecologista, Dror Meirow participou do debate e expôs a sua experiência como chefe do Centro Clínico de Preservação da Fertilidade e do Laboratório de Pesquisa sobre Preservação da Fertilidade, no Sheba Medical Center, em Tel-Hashomer, Israel.
“Quando tratamos de câncer, o tempo é o nosso maior desafio. Pode-se dizer que em 50% dos casos de câncer, em Israel, as pacientes são informadas e recomendadas a realizar o tratamento de preservação da fertilidade, a fim de garantir o sucesso de uma gravidez futura. O que reforça a necessidade de diálogo entre os profissionais”, contou Meirow.
Os especialistas exemplificaram os meios de avaliação das pacientes por meio de dados recentes, além de destacarem as opções de preservação da fertilidade – criopreservação de embriões, óvulos, tecido ovariano e transposição ovariana – durante estudo de casos.
* O Simpósio: Preservação da Fertilidade em Pacientes Oncológicas foi patrocinado pela Ferring.
